É altura do post de fim de ano que reflete o se que passou em 2022 e faz uma pequena antevisão do ano seguinte. Pode-se dizer que já quase se torna uma tradição, tendo em conta que tem havido praticamente todos os anos e sempre escritos por mim, com toda a minha capacidade de letras.
Internamente, foi um ano que teve algumas mudanças e saídas de peso do staff. No topo da hierarquia, o Vasco Lemos deixou de ser administrador por falta de disponibilidade, mas felizmente para todos nós, ele manteve as suas funções no staff como designer e como um membro ativo dentro da nossa equipa. Para o seu lugar, foi o Daniel Inácio que juntou assim as suas funções de Diretor do CAI às de administrador da comunidade, sendo a pessoa com a palavra final em todos os assuntos discutidos no staff. Se o Vasco se manteve pelo staff, outros não conseguiram conciliar a falta de disponibilidade no período pós-pandemia com as tarefas, quase diárias, do staff. Primeiro, foi o Francisco Reis que teve de sair – O Francisco foi um membro muito importante nos últimos anos, nas funções de direção de prova e em transmissões, principalmente. Um dos pilares da comunidade também teve de abandonar o staff este ano – o Vítor Costa, que após fazer parte do staff da PTSims desde 2007, tomou a decisão de abandonar o staff. Já há alguns anos que o Vítor tinha funções reduzidas, com a principal tarefa de tratar de modding na criação de conteúdo, na conversão de pistas e na resolução de pequenos problemas noutro conteúdo que pretendêssemos utilizar nos eventos de PTSims. No entanto, uma pessoa com a experiência de staff de sim-racing como o Vítor é sempre uma perda enorme, quaisquer que sejam as funções atuais que desempenhasse. As outras saídas do ano foram as do Miguel Rosa que deixou de ser diretor de prova dos campeonatos de rali e a do Marcelo Fortio que nos ajudou como assistente de CAI em alguns campeonatos. Felizmente, conseguimos colmatar os buracos das saídas de membros fundamentais com membros já dentro da estrutura a desempenhar novas tarefas e com novas “aquisições”. O recentemente galardoado como personalidade do ano, Frederico Sampaio, assumiu algumas das funções do Francisco Reis, nomeadamente como diretor de prova, deixando de ser apenas assistente de staff. O Mário Peixoto voltou à direção de prova dos campeonatos de ralis e o Artur Mesquita veio como assistente do CAI e já há planos e vontade da parte dele de fazer direção de prova em 2023. Também para 2023, já temos a ajuda do Tiago Gouveia que se junta ao Nelson Lira como assistente do CAI. Os restantes membros não referenciados (eu, o Carlos Santos e o Ricardo Marcelino) continuam nas mesmas funções anteriores, mas sempre com a possibilidade de tapar qualquer buraco noutras áreas. Foi um ano um pouco mais atribulado do que pretendíamos neste campo, mas mudanças de pessoal dentro do staff não é algo novo, portanto já é algo que estamos habituados a fazer, com a constante necessidade de juntar experiência a ideias novas e vontade renovada que novas pessoas trazem.
Em termos de atividade em pista, 2022 foi um ano de redução comparativamente aos dois anos anteriores onde o período da pandemia colocou a procura por sim-racing em níveis muito altos fruto da maior disponibilidade das pessoas. O formato de dois campeonatos de circuitos com limitação a uma inscrição em cada momento experimentado no GT Series de 2021 continuou para 2022, para a satisfação do staff. Se por um lado, é sempre bom ter muitos pilotos a correr com grelhas grandes e competitivas, os três campeonatos de circuito ao mesmo tempo tornavam a tarefa muito complicada de fazer com qualidade. Também para satisfação do staff, as grelhas continuaram sempre muito compostas e sem muitos pilotos de reserva, o que nos mostrou que a procura e a oferta já andam mais ou menos de mãos dadas. Com essa diminuição do número de campeonatos, tivemos de fazer alguns compromissos em termos de simuladores utilizados em cada momento, sendo que se tornou impossível utilizar os três simuladores ao mesmo tempo. Neste ano, o Assetto Corsa foi utilizado em quatro campeonatos (a contar com o campeonato extra do período de verão), o rFactor 2 em três campeonatos e o Assetto Corsa Competizione em dois campeonatos. Compreendemos que há muitos membros com os seus favoritos ou que apenas utilizam um destes três, mas isto são os possíveis de fazer de forma a ter uma boa variedade enquanto tentamos agradar ao grosso da comunidade. O DiRT Rally 2.0 não teve menos utilização este ano, mas teve menos número de inscritos. O pouco conteúdo oferecido por este título da Codemasters começou a notar-se na tabela de inscritos e já estivemos a procurar alternativas para manter os ralis vivos na PTSims no próximo ano. A principal novidade do ano foi a introdução do Vintage Grand Prix. Em parte, pode-se dizer que foi uma alternativa à Endurance Cup de 2021, mas só com o objetivo de ser um conjunto de Special Events temáticos – sabemos perfeitamente que o público destes dois tipos de provas é muito diferente. Mesmo tendo provas com grelhas relativamente pouco preenchidas para o que estamos habituados, o balanço geral desta iniciativa é extremamente positivo, uma vez que deu a possibilidade a muitos de experimentar carros e pistas que dificilmente utilizariam em provas mais convencionais. A Endurance Cup não foi a única baixa de 2021, com o Rallycross Series a não voltar depois de duas edições que nos deixaram com sentimentos divididos – por um lado, havia procura, por outro era muito trabalhoso de organizar e as corridas estavam longe de ser as mais saudáveis devido à impossibilidade de haver replays e consequente análise.
Indo aos números que tanto gosto, o ano contou com 109 provas oficiais (95 de campeonato e 14 de Special Event) em 4 simuladores. Em média, houve 30 pilotos por prova e a soma dos tempos de corrida de todos os vencedores dá cerca de 100 horas numa distância de 366 778 quilómetros (pouco mais a 9 voltas à Terra) – em circuitos, fizemos 60 593 voltas. Nestas estatísticas não contam as três provas realizadas no Portugal Endurance Series, que certamente aumentariam bastante estes valores com as 60 horas de corridas que lá realizamos para grelhas com mais de 35 carros. Os números em pormenor estão na secção sobre nós do portal.
Em 2023, vamos ter uma alteração grande no que toca a regras gerais, mais especificamente em ultrapassagens e lutas em pista. Após ter sido pedido por alguns membros comunidade no passado (algo que podemos conferir no inquérito anual deste ano) e também apoiado por membros do staff, modificamos essas alíneas de forma a tornar as corridas mais naturais. Ficámos bastante satisfeitos com o trabalho final e esperemos que essa mudança funcione como pretendemos em pista. Esta não é a única mudança grande, mas apesar do rebranding com os novos tickets e a mudança da denominação de trimestre para season (já não vamos ter os trimestres de dois meses), o formato base do ano pouco se vai alterar. Os quatro campeonatos Series de circuito vão continuar nas mesmas alturas do ano, nos mesmos simuladores e apenas o Formula Series deverá ter mudança de conteúdo com a utilização do Dallara IR-18 da IndyCar em pistas da América do Norte. Os outros podem ter adição de um ou outro carro, alterações de certas pistas, mas as ideias gerais do campeonato permanecerão inalteradas. A variação vai existir nos campeonatos não series, onde vamos tentar utilizar conteúdo que nunca foi utilizado em campeonatos anteriores ou conteúdo que já não era utilizado há algum tempo (por exemplo, não se utilizavam carros dos anos 90 do DTM para um campeonato desde 2015). Dois dos campeonatos não series vão ser realizados no rFactor 2, um no Assetto Corsa e outro no Assetto Corsa Competizione (não planeamos fazer um campeonato de verão), dando um total de três campeonatos, tanto no Assetto Corsa, como no rFactor 2 e dois no Assetto Corsa Competizione. Sem nada ser final, para além do Vintage DTM Championship já anunciado, tencionamos fazer um campeonato monomarca no Assetto Corsa Competizione na Season 2, possivelmente com o Ferrari 488 Challenge, um campeonato low-power (também monomarca) na Season 3 no rFactor 2, dando uso ao Caterham Academy ou ao Mini Cooper (a possibilidade de um turismo mais moderno também está em aberto) e a Season 4 deverá contar com um campeonato de protótipos (possivelmente com duas classes) no rFactor 2, utilizando os LMH/LMDh que se devem juntar ao Vanwall já disponível neste simulador.
Na vertente de off-road, o campeonato Series de ralis também se vai realizar nos mesmos moldes. Depois do Rally Series, é que o futuro da simulação de rali na PTSims está um bocado em aberto, estando muito dependente do número de inscritos do Rally Series. Do que pesquisámos, não existe nenhuma alternativa que nos satisfaça a nível de participantes, nem a nível de facilidade de trabalho. Portanto, estamos dependentes da procura da generalidade da comunidade em campeonatos de ralis no DiRT Rally 2.0 e do seu sucessor que terá a licença do WRC – apenas esperamos que a EA faça algo na mesma filosofia do simulador atual que utilizamos.
Em termos de Special Events, o Vintage Grand Prix não vai continuar em 2023 e iremos voltar a apostar na Endurance Cup, mas não num formato como o de 2021. Esta Endurance Cup vai ser individual (cerca de 100 minutos de corrida) e não vai ter classificação geral de pilotos, tendo apenas classificação geral de equipas. Serão seis provas, duas em cada um dos simuladores de circuito que usamos na PTSims, usufruindo daquilo de melhor que cada simulador oferece – os protótipos modernos no rFactor 2, os GTs modernos no Assetto Corsa Competizione, os LMP1s híbridos de há uns anos e Nordschleife no Assetto Corsa. No que toca a Special Events anuais, dois deles vão-se mentar (GT Revival e Grande Prémio Virtual, embora este último deixe de ser realizado numa pista portuguesa) e dois serão novidade (o Hillclimb Masters passa a anual e vai aparecer o Touring Car Revival, o homólogo do GT Revival para carros de turismo). Os restantes Special Events do calendário não estão definidos, mas vamos tentar oferecer algo de novo, como foi o caso do Truck Racing Challenge deste ano.
O Portugal Endurance Series vai continuar em 2023, no mesmo formato atual – uma corrida de 12 horas em abril e depois as duas corridas de 24 horas (Le Mans em junho e Daytona em
dezembro).
A programação provisória do ano encontra-se no post do fórum (não liguem muito a algumas datas, especialmente às do PTES).
Qualquer esclarecimento ou questão que tenham, não hesitem em perguntar. Resta-me desejar, em nome de todo o staff da PTSims, boas entradas em 2023!